ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS

Às resistências de aquecimento aplicam-se todas as leis e expressões aqui, ou noutras folhas, citadas ou estudadas. Normalmente são resistências bobinadas, enroladas em suportes isolantes resistentes ao calor, podendo também ser protegidas exteriormente.

Como, muitas vezes, não são usadas separadamente, antes fazendo parte dum conjunto, em número suficiente para se poder obter um determinado efeito calorífico, iremos aqui abordar o modo como as resistências podem ser associadas.

Na generalidade, os receptores, nos quais se incluem as resistências, podem ser associados em série, em paralelo ou dos dois modos em simultâneo (associação mista). No entanto, o modo mais comum de os associar é em paralelo.
Vejamos esquematicamente como tal pode ser feito, tomando como exemplo um conjunto de 3 resistências (R1, R2 e R3).

ASSOCIAÇÃO EM PARALELO DE RESISTÊNCIAS

Este é o modo mais comum de associar diversos receptores, nomeadamente as resistências de aquecimento. Por este motivo, iremos analisar o caso com mais profundidade, com a introdução de valores, de modo a justificar os conceitos expostos.

Associação em paralelo de 3 resistências, R1, R2 e R3

O valor da resistência equivalente no caso acima obtém-se através da expressão seguinte:

Req
Resistência equivalente, em Ohm (W)
R1, R2 e R3
Resistências associadas em paralelo R1, R2 e R3, em Ohm (W)

É vulgar esta expressão aparecer sob a forma:

No entanto, a expressão apresentada em primeiro lugar poderá tornar-se de mais fácil utilização, mas tudo depende da máquina de calcular disponível, do lápis e dos hábitos.

Chamamos resistência equivalente à resistência que, sozinha, poderia produzir um efeito idêntico ao da associação das outras 3, em termos puramente teóricos. É óbvio que, em termos de aquecimento, a utilização de uma única resistência não pode substituir um conjunto, colocado estrategicamente em diferentes locais, de modo a conseguir uma distribuição mais uniforme de calor.

Como exemplo de cálculo, suponhamos o seguinte: Dispomos de 3 resistências diferentes, com os valores de 30 W, 40 W e 50 W. Pretendemos conhecer o valor da resistência equivalente à associação das 3”.
Aplicando a expressão anterior, temos:

Neste processo de ligação de receptores, verifica-se o seguinte:

    • Todos os receptores ficam sujeitos à mesma tensão, o que permite a ligação de receptores com tensões de funcionamento iguais;
    • A intensidade de corrente nos receptores é diferente se as potências forem diferentes; será igual em todos, se todos tiverem potências iguais;
    • A soma das correntes que percorrem todos os receptores, é igual à corrente total fornecida pelo gerador.
    • Se um receptor deixar de funcionar, por qualquer motivo, os outros não são afectados, continuando em funcionamento

Vejamos agora outra questão, para aplicação dos conceitos já adquiridos, nesta e noutras folhas dedicadas ao tema: Dispomos de 4 resistências, cuja tensão de funcionamento é de 230 V, e queremos associá-las em paralelo. Duas têm uma potência de 2500 W e as outras duas uma potência de 1500 W. Pretende-se conhecer o valor da intensidade de corrente em cada uma das resistências.

Esquema correspondente ao problema proposto

Conhecendo a Potência P de cada resistência e a sua Tensão de funcionamento U, podemos determinar R1, R2, R3, R4 e Req:

Conhecendo a Resistência total (equivalente) do circuito, podemos calcular o valor da intensidade It debitada pelo gerador, aplicando a lei de Ohm:

O valor da corrente em cada uma das resistências é também obtido pela lei de Ohm:

Se somarmos os valores das correntes nas 4 resistências, verificamos que o valor encontrado corresponde ao valor da corrente total, calculado inicialmente, o que confirma os cálculos efectuados:

ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE DE RESISTÊNCIAS

Associação em série de 3 resistências, R1, R2 e R3

Se associarmos em série 3 resistências, o valor da resistência equivalente obtém-se somando o valor das resistências parciais.

Req
Resistência equivalente, em Ohm (W)
R1, R2 e R3
Resistências associadas em série R1, R2 e R3, em Ohm (W)

As questões que se colocam, nesta associação, são as seguintes:

  • Se aplicarmos aos terminais da associação uma determinada tensão, por exemplo 230 V, a tensão distribui-se pelas 3 resistências. Se estas forem iguais, cada uma ficará com uma tensão, aos seus terminais, de cerca de 76,7 V. Se não forem iguais, a aplicação da Lei de Ohm permite-nos determinar a distribuição da tensão pelas 3 resistências;
  • A intensidade que percorre as 3 resistências é a mesma, o que poderá não ser um óbice, especialmente no caso das 3 serem iguais;
  • No caso de uma das resistências deixar de funcionar, por exemplo por fusão do elemento de aquecimento, o circuito é interrompido e deixa de circular corrente em todas elas;
  • Mesmo que as 3 resistências sejam iguais, temos que aplicar ao conjunto uma tensão igual à soma das tensões de funcionamento das 3 resistências. Assim, se qualquer uma delas tiver uma tensão de funcionamento de 230 V, teremos que aplicar ao conjunto uma tensão de 690 V.

ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTÊNCIAS

Associação mista de 3 resistências, R1, R2 e R3

Este é um outro modo de agrupar as resistências: R2 está associada em paralelo com R3, estando este conjunto associado em série com R1. Por isso o agrupamento toma o nome de associação mista.
Este agrupamento também não tem interesse para o nosso estudo. No entanto, por vezes associam-se, da maneira mais conveniente, um certo número de resistências, de modo a obter um valor diferente, que não exista em stock.