Fenómeno através do qual se tem a conversão directa de energia térmica em energia eléctrica e vice-versa. Na prática, subentendem-se três fenómenos conhecidos:
- Efeito Seebeck (efeito termoeléctrico)
- Efeito Peltier (efeito termoeléctrico inverso)
- Efeito Thomson
São excluídos outros fenómenos como o efeito Joule, que se referem, respectivamente, à produção irreversível de corrente eléctrica ou de calor.
Figura 31 | Efeito Seebeck |
Efeito Seebeck – Considere-se o conjunto representado na figura 31, constituído por dois condutores A e B de primeira classe, como por exemplo cobre e ferro, dispostos segundo a sucessão A-B-A, na qual as duas extremidades A1 e A2possuem a mesma temperatura, e as duas soldaduras S1 e S2, entre os dois metais, possuem temperaturas diferentes T1 e T2. Nas condições acima, entre as duas extremidades A1 e A2, manifesta-se uma diferença de potencial VA1 e VA2 que traduz o efeito Seebeek ou efeito termoeléctrico. A diferença de potencial acima referida depende não só dos dois metais, mas também das temperaturas T1 e T2 e é independente da temperatura dos extremos, que deve, porém, ser igual para ambos. Esta diferença de potencial é a medida da força electromotriz (chamada termoeléctrica) da cadeia A1S1S2A2.
Fixada a temperatura T1 de uma das soldaduras, por exemplo de S1, a qual toma o nome de par termoeléctrico, a força electromotriz termoeléctrica do sistema, depende da temperatura da outra soldadura, segundo uma função que, numa gama bastante ampla de temperaturas é do tipo parabólico. Para cada temperatura T1 há uma parábola correspondente, cujo vértice corresponde sempre à temperatura neutra Tn, ou ponto neutro do par considerado.
Figura 32 | Variação da força electromotriz com a temperatura |
Ferro – cobre | Tn = 275ºC |
Níquel – cobalto | Tn = 70ºC |
Chumbo – cobalto | Tn = -200ºC |
Os valores T2 da temperatura, para os quais a força electromotriz Fe se anula e sucessivamente troca de sinal, tomam o nome de temperatura ou ponto de inversão. Na prática é utilizado como metal intermédio, a própria liga usada na soldadura de dois metais principais.
O efeito termoeléctrico inverso, ou efeito Peltier, é o fenómeno em que, dada uma cadeia aberta de condutores de primeira classe, por exemplo o cobre-ferro-cobre, no qual as duas soldaduras são iguais em temperatura, aplicando-se uma diferença de potencial entre as duas extremidades, manifesta-se uma diferença de temperatura entre as soldaduras.
O efeito Thomson é o fenómeno em que, dado um condutor homogéneo, por exemplo de cobre, que apresente igual temperatura nas extremidades, porém, ao longo do qual é assimétrica a distribuição da temperatura, como mostra a figura 33, manifesta-se nas suas extremidades uma diferença de potencial.
Figura 33 | Efeito Thomson |
Os pares termoeléctricos são utilizados como termómetro devido à sua grande sensibilidade, que pode atingir 1/1000 do grau Celsius. Podem trabalhar em gamas de temperatura bastante amplas, como por exemplo os pares:
Ferro – Constantan | Entre -200ºC e +800ºC |
Platinoródio 10% – Platina | Entre 0ºC e 1700ºC |