REFRIGERAÇÃO / AQUECIMENTO

A refrigeração é utilizada, principalmente para “cura” dos materiais plásticos tradicionais – PS, ABS, PP, PE. Serve para estabilizar a temperatura no molde e ajudar no mais curto espaço de tempo o material plástico (a seguir à injecção) a passar do estado pastoso ao sólido.

A refrigeração é um elemento essencial num molde porque é esta que influencia o ciclo de moldação.

a
Espessura da peça
b
1 × Diâmetro do furo de refrigeração
c
3 × Diâmetro do furo de refrigeração
d
Diâmetro do furo de refrigeração
e
0,5 × Diâmetro do furo de refrigeração

Deverá sempre ser considerado que as buchas precisam de mais refrigeração que as cavidades, para garantir que as peças contraiam contra a bucha e nunca fiquem na cavidade. Também para terem maior rigidez quando os extractores actuam.

Se a refrigeração estiver bem calculada e os seus furos bem localizados em relação às zonas moldantes obter-se-ão ciclos bastante curtos, o que permite que os moldadores tenham grandes produções em tempo mais curto.

Também é do efeito refrigeração que resultará uma melhor ou pior qualidade das peças plásticas, que é o caso dos empenos, chupados, aparência, etc.

A refrigeração deverá sempre ser estudada em paralelo com a localização dos extractores na fase de elaboração do projecto, respeitando as seguintes regras, para que entre ambos resulte o melhor compromisso:

    • Mais refrigeração junto das espessuras mais grossas.
    • Ser paralela à zona moldante, estando os seus centros a uma distância da zona moldante de 1,5/2 vezes o seu diâmetro. A figura seguinte mostra como o arrefecimento avança no aço.

Se estiver a uma distância muito inferior aos valores acima referidos, o plástico solidifica de imediato, não permitindo que encha totalmente. Também por estar muito perto da zona moldante cria tensões no aço podendo partir :

a
Espessura da peça
b
1,5 × Diâmetro do furo de refrigeração
c
3 × Diâmetro do furo de refrigeração
d
Diâmetro do furo de refrigeração
e
Avanço do arrefecimento

Os circuitos de refrigeração não devem ter muitos furos para não permitir que a água, que entra fria, não se encontre já muito quente a partir do 3º ou 4º furo, originando que as peças plásticas empenem.

Quando há necessidade de vários circuitos, devem as saídas de uns coincidirem com as entradas dos outros, para que haja uma melhor estabilidade de temperatura:

Para que não haja estrangulamentos ou água parada no interior dos furos é necessário saber qual o caudal ou diâmetro dos furos de entrada e saída de refrigeração que os compradores dos moldes têm instalados nas suas máquinas de injecção.

Quando algumas zonas das peças a moldar não são refrigeradas pelos circuitos normais de refrigeração, utilizar outras alternativas como “cool pins” ou pontas de Cobre-Berilio, por serem bons condutores de temperatura.

Em relação à refrigeração nas buchas também tem que haver o cuidado da água passar tão paralela quanto possível. Em peças redondas, sempre que possível, em vez de furos com lâminas , considerar blocos redondos.

Damos alguns exemplos de outros tipos de refrigeração nas buchas: A figura mostra um furo de refrigeração oposto à injecção para solidificar a zona da entrada do plástico rapidamente. É necessário em todas as situações para que a peça plástica não fique frágil naquela zona.

ALGUMAS REGRAS SOBRE AQUECIMENTO

O aquecimento é utilizado especialmente para “cura” dos plásticos considerados “novas matérias-primas de engenharia“.

Estão neste grupo alguns Fenólicos, DELRIN, NORIL, POLIESTERES, PP com cargas de vidro, etc. Estes materiais são dificeis de moldar, porque solidificam rapidamente a seguir à sua injecção dentro das zonas moldantes.

Para se manterem no estado pastoso até que todas as zonas moldantes encham em boas condições é necessário aquecer os moldes a temperaturas entre 70 e 140º pelos seguintes processos:

  • Água quente, usando agregados extra à maquina de injecção para aquecer a água. A água aquecida em circuitos fechados poderá ir até 120º.
  • Óleo quente, também com agregados extra à máquina de injecção, poderá ir até 140º.
  • Resistências.

São moldados por injecção e em alguns casos por compressão.

As regras a considerar, referente ao melhor aquecimento num molde são as mesmas da refrigeração por água fria. Excepção feita às zonas críticas onde os furos de aquecimento não podem passar.