O objectivo deste tratamento térmico, que deve ser realizado logo a seguir à têmpera, é:
- reduzir ou eliminar as tensões;
- diminuir a fragilidade;
- aumentar a plasticidade e a resistência ao choque.
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Figura 8 | Características mecânicas e resistência à corrosão do aço AISI 420 |
Em resumo, o Revenido vai modificar a estrutura de têmpera (atenuando os seus efeitos) e criar outra estrutura mais estável, de acordo com as características pretendidas para as ferramentas.
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Figura 9 | Temperatura de Revenido em ºC |
Nos aços ligados as transformações, indicadas na fig.9, dão-se a temperaturas mais elevadas e, acima de 500ºC dá-se a formação e crescimento dos carbonetos ligados.
A resistência ao choque e a plasticidade podem ser afectadas pela chamada “fragilidade por revenido”.
Este fenómeno, que depende da composição química dos aços, verifica-se nas seguintes gamas de temperaturas:
- Entre os 200ºC e 350ºC, surge a fragilidade por revenido baixo ou azul, que afecta quase todos os aços, em particular os não ligados e os de baixa liga. Ela desaparece com o aumento de temperatura. Nos aços com silício, este fenómeno é deslocado para C.a. de 500ºC.
- Entre os 400ºC e 500ºC, surge a fragilidade de Krupp (que se supõe resultar duma precipitação de carbonetos nos limites dos grãos), que deve ser evitada com um arrefecimento rápido na passagem pela zona dos 550ºC e 350ºC, uma vez que aquela precipitação se dá quando o aço é mantido a essas temperaturas. No entanto, este arrefecimento rápido introduz as indesejáveis tensões. A edição duma pequena percentagem de Molibdénio (0,15% a 0,30%) aos aços Cr-Ni elimina esta fragilidade.
- Entre os 500ºC e 570ºC, surge a fragilidade irreversível. Verifica-se nos aços de alta liga que formam Carbonetos e é motivada por, àquelas temperaturas, ela se precipitar nas juntas dos grãos, não obstante haver uma dispersão por toda a matriz. Em virtude da precipitação destes carbonetos, verifica-se uma subida de dureza, fenómeno conhecido por endurecimento secundário ou têmpera secundária (por exemplo: nos aços AISI D2; AISI H13; e AISI 420).
- Outro problema que pode surgir nos revenidos, está relacionado com os aços inox-martensíticos. Estes materiais entre os 400ºC e os 600ºC, precipitam um composto complexo rico em crómio, reduzindo o seu teor na matriz, o que prejudica a resistência à corrosão (por exp.: aço AISI 420).
- A temperatura de Revenido é seleccionada em função da dureza, isto é, das características desejáveis.
– Ela nunca pode ser inferior à temperatura de trabalho ou à de um tratamento posterior (Nitruração, PVD, etc,), a que a ferramenta terá de ser submetida durante a sua elaboração e, no mínimo é de 180ºC.
– No mínimo, como já foi dito, devem ser executados dois revenidos, pois só assim é que a martensite e/ou bainite resultante do primeiro revenido, devido à austenite residual obtida, após têmpera, é tratada. O segundo revenido é efectuado a uma temperatura igual ou de 30ºC a 50ºC inferior à do primeiro revenido.
– Os aços para trabalho a quente, devem ter três revenidos:
- O primeiro para o endurecimento secundário;
- O segundo para se obter a dureza desejada;
- O terceiro para consolidar as transformações estruturais verificadas.
- A diminuição de dureza nos revenidos é irreversível, isto é, não se pode subir a dureza com uma temperatura se já foi utilizada outra superior.
AÇOS RÁPIDOS
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Gráfico 4 | Diagrama de sequência tempo/ temperatura para aços rápidos |
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Gráfico 5 | Diagrama de revenidos para aços rápidos em função da temperatura de austenitização |
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Gráfico 6 | Tempos de imersão para aços rápidos em função da secção ou do diâmetro (DIN 17350 de Out. 1980) – Pré-aquecimento em 2 fases |
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Gráfico 7 | Tempos de imersão para aços rápidos em função da secção ou do diâmetro (DIN 17350 de Out. 1980) – Pré-aquecimento em 3 fases |