ELEMENTOS DO PROCESSO
O processo de moldação com reacção (RIM) compreende os seguintes elementos:
- 1) Sistema químico que produz o poliuretano (referido anteriormente)
- 2) A máquina propriamente dita, que inclui, pelo menos:
2 bombas medidoras
unidade misturadora
tanques de alimentação com controlo de temperatura
filtros
sistema de controlo
- 3) Molde
- 4) Sistema de movimentação do molde e prensa com capacidade até 300 toneladas (max).
Máquina de RIM | Molde | Prensa |
Estes elementos são necessariamente interdependentes. O sistema químico deve, não só, reagir para produzir o polímero como as propriedades pretendidas, mas também ter viscosidade compatível com o sistema de medição da máquina e a unidade misturadora. O sistema de movimentação do molde deve poder posicioná-lo de modo a optimizar a expansão.
CICLO DE PRODUÇÃO
Com a máquina parada e o molde aberto o ciclo de moldação compreende as seguintes fases:
1) Molde aberto
2) Limpeza e inspecção do molde
3) Aplicação do spray anti-aderente
4) Fecho do molde
5) Rotação do molde até à posição de enchimento
6) Injecção (antes do ponto de creme)
7) Polimerização (até ao ponto de solidificação)
8) Abertura do molde
9) Desmoldação
Figura 8 | Desmoldação de uma peça |
A duração do ciclo depende dos vários factores e pode variar entre 10-15 segundos até várias horas para produtos grandes e espessos (barcos p. ex.). Os factores que determinam a extensão do ciclo são:
- Sistema químico
- Temperatura do molde
- Espessura da peça
- Controlo de temperatura
- Concepção do molde
- Grau de expansão
- Capacidade da máquina
EQUIPAMENTO
Há dois tipos básicos de máquinas de RIM: numa os componentes são debitados por medidoras enquanto que na outra se utilizam bombas de êmbolo que medem as quantidades a reagir por deslocamento. Os componentes são misturados por choque de jactos a alta pressão (13 a 20 Mpa ou 2 a 3 kpsi) e então injectados no molde a uma pressão muito menor (0,3 a 0,5 Mpa).
Na figura 9 apresenta-se esquematicamente uma máquina de RIM. Os componentes A e B são armazenados para utilização em tanques continuamente agitados e em que a temperatura é controlada por forma a que as viscosidades tenham valores adequados (entre 1,5 a 3*10-3 Pa.s).
Figura 9 | Representação esquemática de uma máquina de RIM |
As bombas têm capacidade para encher o molde em tempos compatíveis com o ponto de creme (máximo 10-15 segundos) são capazes de caudais máximos da ordem de 300 litros/minuto e asseguram a circulação contínua dos componentes. Actualmente as bombas, e especialmente as utilizadas em R-RIM, tendem a ser lentas, de duplo efeito e grande capacidade, para minimizar os efeitos de desgaste e conseguir grandes caudais.
O coração das máquinas RIM é a cabeça ou unidade misturadora. A câmara de mistura é bastante pequena (1 a 5 cm3), e após cada injecção é limpa de quaisquer resíduos por intermédio de um pistão de limpeza. As cabeças misturadoras diferem essencialmente no método em como é feita a recirculação dos componentes. Um dos modelos mais simples (Krauss Maffei/BEM) está representado na figura 10.
Figura 10 | Representação de um pistão de limpeza |
Os equipamentos de movimentação dos moldes têm por funções: suportar o molde, aplicar a pressão de fecho, abrir o molde e facilitar a extracção da peça moldada. Para grandes moldes é importante que estes possam ser rodados e posicionados por forma a que o fluxo dos reagentes seja facilitado e a expansão se dê nas melhores condições. Os moldes são enchidos pelo fundo até 95%, no caso de materiais rígidos de grande densidade ou até 25%, para espumas estruturais de menor densidade. Existem vários tipos de prensas movimentadoras. A mais versátil é a universal que foi concebida para mover o molde em qualquer direcção, o que facilita não só o enchimento como a extracção, limpeza do molde, aplicação de desmoldantes, etc. Uma prensa universal permite:
- abrir e fechar o molde
- rodar o molde 90º em cada um dos três planos.
Figura 11 | Equipamento de movimentação de moldes |
As pressões desenvolvidas no molde são muito baixas em comparação com outros processos, raramente atingindo os 0,3MPa (3Kg/cm2). No entanto, dadas as propriedades adesivas dos PU, os produtos têm tendência a aderir às paredes do molde, o que obriga a que as forças aplicadas na abertura sejam, por vezes, muito superiores às necessárias para manter o molde fechado. Daqui a necessidade de se utilizarem regularmente agentes antiaderentes.
(Mg/m3) |
(MPa) |
(%) |
(MPa) |
|||
PBA1546 |
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MC-1075 |
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Rimthame 70 |
||||||
RIM – 125 |
Propriedades de alguns PU/RIM |
COMPARARAÇÃO COM OUTROS PROCESSOS
RIM costuma ser comparado não só com o método anterior de conversão de PU – em que a mistura era mecânica e feita a baixa pressão – mas também com a moldação de injecção.
Em relação ao sistema mecânico de mistura de componentes a moldação por reacção tem como vantagens:
- Dispensar o líquido de limpeza após cada moldação.
- Maior débito e consequentemente possibilidade de se utilizarem sistemas de reacção mais rápida.
- Redução de ciclos de produção devido à utilização de sistemas de reacção rápida.
- Melhor qualidade estética e menores defeitos superficiais resultantes da menor inclusão de ar.
No que respeita à comparação com a moldação por injecção, especialmente com espumas estruturais, os htmectos positivos do RIM são:
- O custo do equipamento é menor do que o custo de uma máquina de injecção com a mesma capacidade.
- As pressões de moldação são muito baixas, entre 0,3 a 0,5 MPa.
- As espumas de PU podem ser produzidas com menor densidade que as de termoplástico, o que contrabalança o custo geralmente maior dos sistemas PU.
- As propriedades mecânicas e a estabilidade térmica são normalmente melhores que as das peças termoplásticas.
- O htmecto é melhor, visto não terem as linhas de escoamento aparentes nos termoplásticos.
- A potência requerida para RIM é a menor de todos os processos de transformação de plásticos, o que deriva de os componentes serem líquidos e facilmente escoáveis, temperaturas de processo baixas (30 a 60 ºC), e caracter exotérmico.