PEÇA TEÓRICA OU IDEAL
Um htmecto importante antes da execução do desenho de uma peça ou de um conjunto de peças montadas é o perfeito conhecimento da sua utilização e de como se irá processar o seu funcionamento.
Haverá, pois, que procurar as melhores soluções para o correcto desempenho da peça, sem descurar a melhor solução de fabrico em termos de segurança, qualidade, equipamentos, processos, material, disponibilidade humana e técnica e preço competitivo.
Após esta análise procede-se ao desenho de fabrico da peça ou da montagem do conjunto de peças, com as respectivas dimensões, de acordo com as necessidades. Essas dimensões, que estão representadas como cotagem no desenho, são as que permitem o correcto funcionamento da peça ou do conjunto. São, no entanto, cotas teóricas a que correspondem uma peça teórica ou ideal.
TOLERÂNCIA DIMENSIONAL
Na construção mecânica, não é possível executar as peças com as dimensões exactas que lhes são atribuídas. Na realidade, é impossível obter com exactidão absoluta as dimensões descritas no desenho, seja pelas imperfeições das máquinas, defeitos ou desgaste das ferramentas, seja pela imperfeição dos instrumentos de medida, condições ambientais durante a medição ou erros de leitura do operador. O exacto é inatingível.
Sabe-se, porém, que para uma peça satisfazer determinadas condições de trabalho, não é necessário que ela tenha exactamente uma dada dimensão. Verifica-se na prática, que uma peça satisfaz as condições de trabalho para que foi prevista, se as suas dimensões estiverem entre dois valores determinados. Isto é, tolera-se na execução da peça, uma certa inexactidão relativamente à cota desejada.
A essa inexactidão admissível chama-se tolerância dimensional.
Assim sendo, para obtermos uma peça real é necessário complementar o desenho com, entre outros, um toleranciamento dimensional.
CRITÉRIOS DE ESCOLHA
E qual o grau de inexactidão que vamos tolerar ?
Teremos que estabelecer a mais larga tolerância dimensional que esteja concordante com o correcto funcionamento da peça e estabelecer uma fabricação em que os inevitáveis erros de produção não excedam essas tolerâncias dimensionais.
Na realidade, há que ter em atenção que uma tolerância “apertada” acarreta máquinas de maior precisão, operários mais qualificados, aparelhos de medida de maior precisão, condições de ambiente ideais e outras que tornam a peça mais cara.
Na definição das tolerâncias, é pois necessário ter em atenção os seguintes htmectos:
- A tolerância de cada cota da peça deve ser o maior possível, sem prejuízo do bom funcionamento e utilização, reduzindo-se assim o seu custo
- Deve-se ter em consideração que uma tolerância pequena está normalmente ligada a outros tipos de tolerância, nomeadamente as tolerâncias de forma e posição. Apesar da peça possuir pequenas tolerâncias dimensionais, pode não estar apta para uma boa utilização em serviço