FINALIDADE
Os limites dentro dos quais pode ficar acabada a peça, isto é, o grau de liberdade ou inexactidão no rigor do acabamento, não é o mesmo para todas as peças.
Os limites terão de ser estabelecidos segundo as funções que a peça vai exercer.
Ao grau de liberdade com que as dimensões das peças podem ser fabricadas, chama-se, como se viu, tolerância.
Para evitar que cada fabricante use dimensões limites ao acaso, decidiu a Organização Internacional de Normalização recomendar a utilização exclusiva de certas dimensões.
Essas dimensões foram objecto de cuidadosos estudos, para que pudessem servir todos os fins em vista.
Aparece assim o Sistema Internacional de Tolerâncias e Ajustamentos, actualmente adoptado pela ISO (International Organization for Standardization). Trata-se de um conjunto de princípios, regras, fórmulas e tabelas que permitem a escolha racional de tolerâncias.
Em Portugal, a normalização do Sistema de Tolerâncias e Ajustes é estabelecida pela NP-189 (1962) e segue, em linhas gerais, o Sistema Internacional, introduzindo-lhe, contudo, ligeiras alterações.
Deve-se ter presente que, uma das finalidades do uso de tolerâncias, é evitar que se tente conseguir uma exactidão excessiva nas dimensões das peças durante a sua fabricação, o que geralmente ocorre quando não se indicam tolerâncias no desenho.
Outra finalidade das tolerâncias é estabelecer limites para os desvios em relação à dimensão nominal, assegurando assim o funcionamento adequado das peças.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Para facilitar a visualização das medidas e das tolerâncias nos veios e nos furos, recorre-se a representações gráficas, em que a zona de tolerância é representada a tracejado apertado, ficando compreendida entre duas linhas representativas dos seus limites.
Figura 1 | Representação gráfica da tolerância |
Para a visualização dos desvios, recorre-se a uma linha imaginária designada por linha zero, que é determinada pela cota nominal (CN). Por convenção, quando a linha zero é traçada horizontalmente, os desvios positivos estão para cima e os desvios negativos para baixo.
Figura 2 | Representação dos desvios nos veios |
Figura 3 | Representação dos desvios nos furos |