SOLDADURAS EM ELEMENTOS MOLDANTES E RESPECTIVA TÊMPERA
Qualquer peça soldada corre o risco de fractura quando submetida a têmpera, pelo que a operação de soldadura é desaconselhada e, por isso, deve ser evitada.
O problema é ainda agravado nos aços apropriados para moldes, pois que a sua alta temperabilidade origina estruturas metalográficas heterogéneas nas zonas vizinhas à soldadura, provocando microfissuras e até fracturas.
Quando, porém, for imprescindível uma reparação por soldadura, numa peça que venha a ser temperada, devem seguir-se diversas recomendações com vista a minimizar os riscos de insucesso, nomeadamente:
- Escolher um electrodo por forma a que o depósito por soldadura seja idêntico, na sua composição química, ao material base;
- Efectuar um pré-aquecimento a uma temperatura de 250/300ºC;
- Procurar manter esta temperatura enquanto se efectua a operação de soldadura (nunca soldar abaixo de 200ºC);
- Após a soldadura, deixar arrefecer ao ar até cerca de 80ºC e efectuar, imediatamente, uma redução de tensões;
Nota: É indispensável que a oficina de tratamentos térmicos saiba que vai temperar uma peça soldada com vista a proceder por forma a minimizar os riscos de fractura.
SOLDADURAS EM ELEMENTOS MOLDANTES TEMPERADOS
Quando for indispensável efectuar uma reparação num elemento moldante, é sempre preferível efectuá-la no aço no estado de temperado e revenido. Sem dúvida que se correm riscos, mas estes são menores do que no caso anterior, desde que tomadas algumas precauções, nomeadamente:
- 1. Deve conhecer-se a temperatura do último revenido da peça a soldar;
- 2. Seleccionar o electrodo (s) de acordo com a composição química do aço e com o objectivo que se pretende obter com a soldadura. O tipo de depósito por soldadura terá de ser seleccionado preferencialmente pelo objectivo que se pretende com a preparação. Assim, se se quer soldar uma peça partida, ter-se-à que ter em conta, as características mecânicas do material base. Se se pretende um depósito por soldadura resistente ao desgaste, deve então seleccionar-se um eléctrodo conveniente.
Haverá casos em que se pretende boa tenacidade, boa resistência ao desgaste e/ou bom polimento e resistência à corrosão; nestes casos, devem seleccionar-se eléctrodos cujos depósitos correspondam aos objectivos pretendidos; - 3. Efectuar um pré-aquecimento à temperatura mínima de 200ºC, mas nunca superior à temperatura do último revenido (da têmpera) (1).
- 4. Procurar manter esta temperatura enquanto se executa a operação de soldadura (nunca deixar arrefecer a peça abaixo dos 150ºC para que haja um mínimo de transformações estruturais localizadas).
- 5. Reaquecer, imediatamente, a peça à temperatura do último revenido (1), e manter esta temperatura durante 3 horas.
- 6. Deixar arrefecer, ao ar calmo, até 80ºC;
- 7. Repetir (5) e depois deixar arrefecer ao ar calmo até à temperatura ambiente;
Conclusão:
As reparações de elementos moldantes, por soldadura, são muito delicadas. Se se tiverem que efectuar, devem executar-se no aço já temperado e revenido.
As sugestões que se apresentam para minorar os riscos de insucesso, são algumas das muitas que a prática aconselha.
Estas sugestões apresentadas, devem ser tomadas a título exemplificativo, pois quer as temperaturas apropriadas, quer as regras específicas, dependem de cada tipo de aço e do seu estado de tratamento.