SERROTES MECÂNICOS

SERROTES ALTERNATIVOS

Os serrotes alternativos são parecidos com os serrotes manuais; têm um arco e uma folha cortante, mas, em geral, de maiores dimensões e de maior robustez, e o accionamento é mecânico. À serra está presa uma biela que, por sua vez, é accionada por um volante. Quando este roda, a serra é animada de um movimento de vaivém semelhante ao movimento da serragem manual. O curso útil é o de recuo, e por isso, como já foi dito mais atrás, a folha de serra deve ser colocada em posição inversa da serra manual.

A técnica de trabalho destas serras não apresenta dificuldades. Aquilo que há que ter presente é a colocação da peça a serrar, para que ofereça, à passagem da serra, o número possível de arrestas vivas – visto que estas travam o movimento dos dentes da serra. Quando se tem de serrar ferro laminado é necessário saber colocar o perfil correctamente entre as maxilas de aperto.

Ao iniciar-se o trabalho de corte, é conveniente auxiliar a serra nos primeiros movimentos até estar encetado o corte. A serra deve, nesta altura, estar livre de contrapeso – seja qual for a dureza do material. Assim se evita que os dentes cortantes sofram esforço excessivo.

Também o uso de contrapesos deve ser objecto de certos cuidados. Sendo, embora, verdade que eles fazem economizar tempo quando se corta material macio como o latão, o cobre, o zinco, etc., também é verdade que, com materiais duros, podem fazer partir os dentes da serra em virtude de excesso de esforço. Nesses casos é melhor trabalhar sem eles.

Velocidade de Corte

A velocidade de corte costuma ser expressa na prática pelo número de golpes por minuto. Diz-se, assim, que tal ou tal serra dá 60, 80, etc., golpes por minuto. O valor oscila entre os 60 e 120 golpes por minuto.
Se por exemplo, a serra vai e vem 20 vezes por minuto, diz-se que dá 20 golpes por minuto. Este número pode ser conhecido pelo número de voltas do volante, pois cada rotação deste origina um ciclo completo de corte, um golpe de serra. Assim, uma serra cujo volante dê 30 voltas por minuto trabalha a 30 golpes por minuto. O quadro seguinte indica o número de dentes da serra por centímetro e o número de golpes por minuto recomendados para vários materiais.

Material
Nº de dentes por cm
Velocidade de corte
(golpes por minuto)
Aço macio 2 120
Aço-carbono 2 120
Aço semiduro 2 120
Aço laminado 2 120
Aço-níquel 2 60-90
Aço-crómio 2 60-90
Aço inoxidável 2 60
Tubos de pequeno diâmetro 2.5 120
Tubos de grande diâmetro 3 120
Ferro fundido 2.5 80-120
Alumínio 1 120
Bronze 2 120
Bronze duro 2.5 90
Cobre 1.5 120

Fixação da peça

A peça a cortar é colocada na mesa da máquina e fortemente presa por meio de maxilas de aperto comandadas por um volante ou uma manivela. Para graduar o comprimento das peças existe uma espera medidora.

Refrigeração

As serras alternativas libertam grandes quantidades de calor e necessitam de abundante refrigeração. A superfície de roçamento e a velocidade de rotação são grandes e exigem refrigeração não apenas para garantir maior vida da folha de serra como para evitar que o calor chegue a provocar deformações no material.

A refrigeração é conseguida com óleos solúveis. Nas máquinas modernas, em que se procura aplicar melhores soluções para os mais variados problemas tecnológicos, há uma certa variedade de dispositivos automáticos. A mais importante de todas elas consiste num mecanismo que levanta a serra durante o movimento de regresso, que constitui um tempo morto. Esta elevação da folha, que fica assim temporariamente separada do material a cortar, assegura grande aumento de vida útil da ferramenta, pois evita um segundo e inútil atrito e permite evitar maior libertação de calor.

SERROTES CIRCULARES

Já vimos, ao tratar das serras alternativas, que há no seu ciclo de trabalho um tempo morto. Isso, naturalmente, origina menor rendimento e, para obviar essa tal falta de rendimento, aparecem as serras circulares, que produzem trabalho continuamente e asseguram o constante corte do material. Assim, as mais rápidas serras alternativas são incapazes de competir em termos de rendimento.

Apesar disso, estas serras, que têm enorme capacidade de corte, são pouco usadas nas oficinas mecânicas onde não há necessidade de executar muitos cortes; e o mesmo se dá em peças de grande diâmetro, pois como a serra de disco é bastante espessa, desperdiça maior quantidade de material, que varia entre os 7 mm e os 8 mm por cada corte. Se tiver de fazer uma grande quantidade de cortes deste tipo, o material desperdiçado pela serra circular pode ser muito e, no caso de aços duros, bastante caros, a operação é anti-económica. Na realidade, o uso das serras circulares restringe-se às oficinas onde se tem de cortar peças de grandes dimensões (até 700 mm de diâmetro).

As máquinas circulares são construídas com grande diversidade de modelos e tamanho, adaptando-se a todas as necessidades. Há hoje em dia no mercado modelos simples e modelos mais complicados e dotados de automatismos diversos.

Nestas máqinas, nada mais há a fazer que colocar o material correctamente no carro porta-peça, regular o comprimento de material a cortar e o número de peças ,e pôr a máquina em funcionamento. Todos os movimentos são executados automaticamente: a prisão do material, o avanço da serra até ele, o recuo rápido da serra no fim do corte, a libertação da peça, o avanço do material para o corte de nova porção,etc..

Velocidade de corte

A velocidade de corte é expressa em m/min e varia notavelmente com o material a cortar. Para ligas leves, por exemplo, oscila entre os 8 e os 10 m/min.

O movimento de corte é a rotação do disco da serra, que corta o material ou ao disco, e neste segundo caso é automático.

SERROTES DE FITA

As máquinas de serra de fita são constituídas por dois enormes volantes com gornes revestidos de cortiça ou borracha sobre os quais é montada a grande fita sem-fim de aço do mesmo modo como se montaria uma correia.

O movimento é dado por um motor eléctrico. Este motor acciona directamente um dos volantes; o outro roda por arrastamento e tem como única função suster a serra e guiar-lhe o movimento. De um modo geral, este tipo de máquina tem mudanças de velocidades e abundante refrigeração, que é de grande importância em todas as serras. O dispositivo de variação de velocidades costuma ser constituído por um par de cones de gornes.

Velocidade de corte

A velocidade de corte, tal como nas serras circulares, é expressa em m/min e varia de 12 a 300, conforme a natureza do material. Este dado deve ser solicitado ao fabricante (fornecedor).